De facto, a argumentação expendida com o objectivo, já habitual, de apoucar o desempenho da Vimágua, resulta de um exercício em que enfatiza um indicador da ERSAR, resposta a reclamações, e omite um conjunto de outros indicadores onde a Vimágua se encontra com uma avaliação claramente positiva, como o indicador das taxas de acessibilidade física aos serviços, o da acessibilidade económica pelos seus utilizadores, o da água segura e os indicadores de desempenho económico e financeiro, entre outros. Prossegue com comparações parciais e selectivas, e por isso distorcidas da realidade global, com outras entidades gestoras de serviços de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais e culmina com afirmações que divergem da realidade e da verdade.
1-    Relativamente ao indicador de resposta a reclamações, e ao contrário da interpretação que entendeu fazer, as reclamações são todas respondidas, ainda que em 2012, 36% no prazo dos 22 dias úteis de referência. Face ao crescente número de utilizadores e ao cada vez menor número de trabalhadores impostos pelo Governo às autarquias e às empresas do setor empresarial local, privilegiamos a análise rigorosa dos fundamentos das reclamações que nos chegam, sendo que muitas delas exigem a deslocação de técnicos, o agendamento com os interessados, a aferição de contadores no nosso laboratório ou em laboratório externo, a avaliação jurídica e que implicam tempo para uma decisão justa e rigorosa. A prioridade é a resolução do problema que esteve na origem da reclamação do cidadão, da empresa ou da instituição, e não a de ficar bem na “fotografia” do indicador com uma qualquer resposta.
2-    No que concerne às comparações que estabelece com a empresa “Agere” do vizinho Município de Braga e com os serviços prestados pelo Município de Vila Nova de Famalicão, impõe-se clarificar o seguinte:
A Agere, empresa participada pelo Município de Braga, agora presidida pelo PSD, cobra e sempre cobrou ramais de ligação, de valor mais elevado que o da Vimágua, mas sobre este assunto, estranhamente, o Sr. Vereador entendeu não estabelecer comparação.
De facto, a Agere cobra pelos ramais de água e saneamento, respetivamente, 469,03 euros e 809,70 euros, enquanto a Vimágua cobra 425,25 euros e 510,26 euros.
No que respeita ao tarifário praticado em Famalicão, o PSD insiste numa visão enviesada da realidade, destacando a não cobrança de ramais mas omitindo outras rúbricas do tarifário daquele Município que, ou não existem no tarifário da Vimágua, ou são de valor inferior. Uma análise séria dos dados disponíveis permite constatar que os serviços daquele Município cobram ramais quando têm mais de oito metros de extensão, que o preço da água para um consumidor doméstico é superior ao da Vimágua, que cobram pela contratação de água 83,60 euros e pelo saneamento um valor variável em função da tipologia da habitação e que pode ascender a 129,52 euros, que em Guimarães a contratação é gratuita e que em Famalicão os proveitos não cobrem os custos do serviço.
3-    O PSD tem como axioma que a redução do valor dos ramais fará com que as pessoas liguem às redes de água e saneamento.
Sucede que os ramais têm um custo para a sua execução e que a sua repercussão se pode fazer de uma forma individualizada, como foi prática dos antigos SMAS, da Vimágua e da maioria das entidades gestoras do País, ou de uma forma difusa, acrescendo à tarifa da água, paga por todos, designadamente, por todos aqueles que já pagaram o seu ramal, o que se nos afigura uma absoluta injustiça.
O Sr. Vereador ignora que nos Municípios servidos pela Vimágua a diferença entre as taxas de cobertura das redes de água e saneamento e as taxas de adesão não tem qualquer relação com o custo dos respectivos ramais, pois a sua esmagadora maioria já foram pagos. As verdadeiras razões prendem-se com a emigração de muitos dos nossos concidadãos e com a existência de soluções privativas, poços e fossas sépticas. A ser verdadeiro o pressuposto do PSD, e convocando o exemplo do Município vizinho de Famalicão, sistematicamente trazido à colação pelo PSD de Guimarães, seria expectável que na ausência de cobrança de ramais as taxas de adesão fossem percentualmente superiores às que se verificam nos Municípios servidos pela Vimágua. A realidade dos números publicados pela ERSAR contraria o argumentário do PSD, pois a taxa de adesão ao serviço de abastecimento de água é de 67,9% na Vimágua e de 66,4% em Famalicão.
4-    A superficialidade e a motivação exclusiva de maldizer acerca da gestão da Vimágua que caracteriza a cartilha argumentativa do PSD impede-os de ver que inúmeras entidades gestoras cobram os ramais de forma individualizada, independentemente da cor partidária dos respectivos Municípios, e que as empresas do grupo Águas de Portugal, tuteladas pelo Estado e pelo Governo de coligação PSD/CDS, cobram ramais aos seus utilizadores, seja na rede em alta – Águas do Noroeste, seja na rede em baixa – EPAL- Empresa Portuguesa das Águas Livres, SA, que cobra 600 euros por cada ramal de água.
5-    Por último, o Sr. Vereador referiu que não há discriminação positiva quanto à água consumida pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social. Esta afirmação não é rigorosa nem verdadeira e evidencia falta de memória e de estudo dos documentos enviados à Câmara, relativamente aos tarifários especiais oportunamente criados, que para além do tarifário social e do tarifário para famílias numerosas, estabeleceu que as IPSS beneficiariam do tarifário dos utilizadores domésticos por escalões de consumo e de preços e com a supressão do 4º escalão, por forma a beneficiar as instituições com consumos elevados de água, como os Lares de Idosos. Atualmente existem 52 IPSS a beneficiar deste tarifário.
6-    Por último, não posso deixar de registar a ausência de pronúncia acerca da manutenção do preço da água na Vimágua em 2015 e sobretudo, pelo crescimento da tarifa de tratamento de saneamento em alta pela empresa Águas do Noroeste tutelada pelo Governo e das suas implicações na tarifa de saneamento da Vimágua.
7-    Silêncio absoluto do Sr. Vereador acerca do projecto do Governo PSD/CDS de proceder à fusão das empresas do Grupo Águas de Portugal e da criação das Águas do Norte e do já prometido agravamento substancial da tarifa de saneamento para os próximos anos aos utentes do litoral onde nos inserimos. 

Guimarães, 18 de novembro de 2014
O Presidente do Conselho de Administração
Armindo Costa e Silva